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A trilha de pesquisa em saúde conecta dados e decisões clínicas com foco na saúde da mulher

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Em torno de 340 mil bebês nascem prematuros por ano no Brasil, cerca de 10% do total de nascimentos. O impacto vai muito além dos números: envolve riscos à vida, custos financeiros e abalos emocionais para milhares de famílias. Mas e se fosse possível prever parte desses casos antes mesmo do parto? Essa é uma das questões que mobiliza o trabalho da Trilha Saúde do BI0S.

A trilha busca integrar ciência de dados, medicina de precisão e saúde pública, com foco especial na saúde materna e perinatal — uma área em que o Brasil ainda enfrenta desafios históricos. Atua em três frentes principais: predição, diagnóstico e prognóstico. Juntas, essas abordagens estruturam um esforço que vai além da tecnologia: tratam de equidade no acesso à saúde, prevenção de mortes evitáveis e fortalecimento de políticas públicas baseadas em evidência.

Sob a coordenação do médico e pesquisador Rodolfo de Carvalho Pacagnella, a trilha reúne especialistas de áreas como medicina, computação, estatística, economia e geografia. Essa diversidade permite olhar para a saúde de forma mais completa, conectando fatores clínicos, sociais e ambientais.

Entre os projetos que estão transformando esse conhecimento em impacto real está o SADEC — um sistema inteligente que auxilia profissionais de saúde em situações críticas durante a gestação. Desenvolvido em parceria com a Fiocruz e com apoio do Ministério da Saúde, o sistema já está disponível para uso no SUS e ajuda a identificar riscos como pré-eclâmpsia e sepse com base em dados clínicos. Outro destaque é o projeto Climaterna, que investiga a relação entre variáveis ambientais e a saúde materna e neonatal. Ao construir um repositório de dados climáticos e de saúde, o projeto permite monitorar impactos das mudanças climáticas sobre desfechos como a prematuridade e a mortalidade neonatal — informações que alimentam dashboards e ajudam na formulação de políticas públicas mais eficazes.

Também estão em andamento estudos focados na identificação de grupos populacionais com maior risco de parto prematuro, com base em dados reais. O objetivo é propor intervenções direcionadas que aumentem a eficácia do cuidado. Ao mesmo tempo, a trilha investe em inovação tecnológica com foco em diagnósticos mais ágeis e personalizados, como no uso de visão computacional para detectar câncer e na predição de doenças cardiovasculares a partir de análises clínicas integradas.

Todos esses projetos são guiados por uma lógica de triplo impacto: produção científica, inovação aplicável e transformação social. Mais do que algoritmos, o BI0S desenvolve soluções que salvam vidas. E a Trilha Saúde é exemplo de como a inteligência artificial pode ser uma ferramenta a serviço do cuidado, da equidade e da vida.

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